segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Lobisomens...
























Você acredita??

Sim? ... Não??


Mas com certeza já ouviu falar...

Vou contar uma história...
Que a minha avó me conta até hoje... e que a avó dela lhe contava.


Minha tataravó (é assim que se escreve? O_o') lhe contava que quando mais moça, tinha um compadre que de certa forma as vezes agia estranho. Ele era uma boa pessoa, inteligênte, esperto, gentil, um ótimo jogador de buraco e poker... o que a minha tataravó também adorava. Ela já era casada com o meu tataravô e tinha seus filhos (meus bisavós (ôs)), porém ainda eram crianças. Moravam em uma fazenda... Aquelas bem antigas, com portões de madeira, grossos e pesados, que, além da fechadura normal de aço ou ferro, usavam um outro tronco de madeira para trancar a porta por dentro. A porta era daquelas que se dividiam em duas, abria em cima e poderia permanecer fechado em baixo, e vice versa. Porém uma noite lhe foi de grande surpresa. Como sempre faziam... a família se reuniu na fazendo onde eles moravam, seu compadre, como de costume, também estava a jogar carta com os meus tataras... Era a primeira noite de Lua cheia. A Lua por sinal se encontrava linda e brilhante no céu escuro, clareado pela sua luz. Quando deu 23:30hrs, seu compadre se despediu dos meus tataras e disse que tinha que ir embora. Minha tataravó ficou preocupada pela hora, sua fazenda era muito grande, e só para sair de seu terreno andaria um bom pedaço... Ele não deu ouvidos e cismou que tinha que ir, quase que em desespero ele se mandou da casa de minha tataravó. Como não iria mais jogar cartas só com o meu tataravô, eles foram dormir, após se certificarem que as crianças dormiam tranqüilamente, trancaram todas as portas e janelas (que também eram de madeira, a mesma que usavam nas portas), e foram se deitar no segundo andar. Minha tataravó ouviu um barulho estranho vindo de fora de sua casa, isso já lá pra meia noite e pouca...um uivo e barulhos de unhas arranhando sua porta. Se sentou na cama e acordou o meu tataravô, que bêbado de sono falou que deveria ser somente um lobo, ou coisa do tipo, já que a fazenda se ligava com a floresta. Minha tataravó não se contentou com isso, achou estranho o uivo, não era de um lobo qualquer, e lobos normalmente não chegavam tão perto de sua casa. - Eles devem estar caçando... - meu tataravô insistiu quando sentiu que minha tataravó se levantou da cama.

- Caçando na minha porta?
- Por aqui tem muito preá. - repetiu, tentando convencer minha tataravó que aquilo era normal.

Minha tataravó sem dar ouvidos, foi até a janela do seu quarto e a abriu um pouco, estava ouvindo um barulho estranho, agora um pouco mais afastado de sua porta. Procurou pelo tal lobo, mas não foi um simples lobo que ela viu. Viu uma criatura estranha, semelhante sim a um lobo, mas com características ainda humanas, suas patas eram diferentes, retorcidas e seu tamanho era muito maior que de um lobo. Ele estava comendo os restos das casquinhas de siri que minha tataravó havia feito. Ela juntava os restos e deixava no quintal de sua fazenda para depois quebrá-las para servir de adubo. A criatura estava comendo aqueles restos e uivando. Como se sentisse a presença da minha tataravó o observando, o bicho foi novamente em sua porta e arranhava com força, rosnava e dava saltos como se quisesse ir até a janela onde minha tataravó estava. Ela fechou a janela novamente, e pegou sua espingarda, era bem comum os donos de fazenda terem armas em casa para se defender dos animais selvagens que fugiam da floresta. E minha tataravó sabia atirar como ninguém, treinava tiros na marinha. Ela não atirou na criatura, só faria isso caso ele conseguisse entrar, pois a vida de todos dentro da casa estaria em risco. O bicho desistiu e se embrenhou na mata. No dia seguinte, meu avô viu as marcas deixadas na porta e na parede de sua casa, achou se tratar não de um lobo, mas de uma onça ou um bicho de grande força. Disse que se voltasse a acontecer, chamaria a defesa civil, e essas coisas de animais selvagens que não me lembro o nome. Minha tataravó ficou encucada com aquilo, e não insistiu na hipótese de um lobisomen, pois meu tataravô não acreditava.
Ela ligou a criatura ao comportamento estranho de seu compadre. E como toda noite nos finais de semana, ela o esperava para mais uma rodada de cartas em sua fazenda. Só que dessa vez, ela o seguraria dentro de sua casa até meia noite, ou o mais próximo possível.


- Nossa comadre, o que aconteceu aqui? - perguntou o compadre ao chegar em sua casa na fazenda observando os arranhões chamativos em sua porta e parede.

- Não sei compadre... deve ter sido algum bicho que veio caçar por aqui. - respondeu ela apreesiva.
- Mas você viu o bicho? - insistiu.

- Não, meu marido acha que é alguma onça. Mas eu acho que deve ser um tipo de lobo ou lobisomen, pois uivou muito.
- Lobisomen? Você acredita nisso comadre? - ele falou com um ar de deboche, mas minha tataravó sentiu um tom de preocupação.
- Você não acredita?
- Isso é mito. Não existe.
- Eu tenho minhas dúvidas, pois um lobo comum não chegaria a tanto.

- Deveria estar doente ou com raiva, criaturas assim podem agir de forma estranha e com força sobrenatural.
- Pode ser, mas se o bicho retornar aqui, eu vou atirar nele, quero saber que bicho é esse. E pelo estrago que fez em minha casa ele é perigoso.
- Acho que não precisa matar o bicho, ele não deve mais voltar. - Disse ele parecendo assustado, ele sabia que minha tataravó era boa em tiro, e não errava uma mira sequer.
- De qualquer forma, irei atirar caso ele volte. - minha tataravó falou em tom de ameaça o que fez seu compadre se arrepiar visivelmente.

Ainda era noite de lua cheia, e como toda noite em fazenda, a lua brilhava sem nuvens a tampando, com várias estrelas lhe fazendo companhia. As horas se passavam e minha tataravó não informava a hora certa ao compadre, que de 5 em 5 minutos perguntava novamente... Estava estranhando a hora passar tão lentamente, mal sabia que a minha tataravó o enganava. Ele começou a se sentir estranho, e decidiu ir embora mesmo minha avó falando que ainda eram
22:45hrs, sendo que a hora certa era 23:45hrs. Ele disse que tinha que ir embora de qualquer jeito, ela insistiu para que ele dormisse em sua casa, já que era tarde, e como havia um bicho selvagem a solta na fazenda era perigoso ele ir andando a noite sozinho por ali. Ele insistiu que tinha que ir, estava nervoso e sua aparência tranqüila já não existia mais. - Eu marquei com uns amigos e eles não gostam de esperar, dívidas de jogo. - disse ao caminhar para fora da casa de meus tataras.
Minha tataravó verificou as crianças como sempre, que dormiam tranqüilamente, as fechou no quarto para que caso acontecesse da criatura voltar e invadir sua casa, ser mais difícil encontrar as crianças. Ficou em seu quarto anciosa com a espingarda na mão olhando pela fresta da janela. A lua era muito brilhante e iluminava claramente a estrada de terra que dava para fora de sua fazenda. Meu tataravô dessa vez ficou acordado preocupado com minha
tataravó, imaginava que ela estava com medo da onça de ontem à noite. Minha tataravó tinha a mira impecável e isso ele sabia, e não se preocupou se o bicho voltasse ela o mataria na certa. Novamente os uivos começaram, mas dessa vez parecia uivo de dor, ela apertou os olhos para ver mais adiante, um bicho totalmente deformado vinha em direção a casa, porém ainda afastado. Ela reconheceu seu cumpadre, ele estava se contorcendo e uivando de dor, sua cabeça girou totalmente, seus dentes crescendo e isso ela viu claramente, chamou meu tataravô para ver também, ele se assustou e disse que ela estava certa, aquilo não era um bicho qualquer, poderia ser o que muitos chamavam de lobisomen. Ele se aproximava correndo em suas patas traseiras, e se apoiando nas patas dianteiras na medida que ia se transformando mais, até correr como um lobo, minha tataravó gritou da janela: - QUEM TA AÍ? - para ver se o bicho se assustava ou se o compadre ainda tinha alguma consciência. O bicho pareceu se assustar, ou o compadre ainda tinha um pouco da consciência humana e se embrenhou na mata assustado. Minha tataravó disse que nunca mais viu seu compadre e nem o tal lobo, ele desapareceu completamente. Uns dizem que ele pode ter sido morto por algum bicho na floresta quando retornou a sua fase humana, outros que ele se perdeu por lá e não conseguia mais voltar... e alguns acreditam que ele ainda viva (ou viveu devido aos anos que se passaram) na floresta...sem mais voltar para civilização.

Essa história minha tataravó contava à minha avó, dizendo ser verídica.
Que de fato isso aconteceu com ela!
Minha avó me conta isso até hoje... e compartilho com vocês :D


Acreditam? Não?

Bem... eu acredito... ^^'




Nenhum comentário:

Postar um comentário